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Homenagem: Tiradentes deixa legado de atendimento humanizado

Anualmente, o Conselho Federal de Odontologia e os 27 Conselhos Regionais de todo país relembram a importância do feriado nacional de 21 de abril, que homenageia o Patrono da Odontologia no Brasil.

Nesta segunda-feira, 21 de abril, todo o Brasil comemora o Dia de Tiradentes, mártir da Inconfidência Mineira e símbolo nacionalista. Para a classe odontológica, a data tem um significado ainda mais amplo, uma vez que Joaquim José da Silva Xavier exercia o ofício de dentista prático e, já naquela época, apesar dos recursos precários, possuía uma visão humanizada para o atendimento dos pacientes, buscando meios para atenuar a dor, preservar a função e melhorar a estética da boca. Sua história e legado deram-lhe o título de Patrono da Odontologia no Brasil.  

Anualmente, nesta data, o Conselho Federal de Odontologia e os 27 Conselhos Regionais de todo país relembram a importância histórica de Joaquim da Silva Xavier, que foi dentista prático antes mesmo que a Odontologia existisse como ciência. “Não por acaso ele ficou conhecido como Tiradentes. Destacou-se pela seriedade com que exercia o ofício e, especialmente, pela priorização das necessidades dos pacientes, indo muito além das simples extrações dentárias. Ou seja, no século XVIII, Tiradentes já atuava dentro de vários dos princípios da Odontologia moderna”, destaca o vice-presidente do CFO, Nazareno Ávila.  

Joaquim da Silva Xavier exerceu diversas profissões, entre elas as de comerciante, minerador e alferes da Cavalaria, mas foi o ofício de dentista que lhe rendeu o nome pelo qual ficou conhecido por sua geração e por todas as gerações seguintes, até os dias atuais. Segundo registros históricos, ele aprendeu a realizar extrações de dentes com um padrinho que o adotou quando ainda era criança, após a morte de seus pais. 

Na época, a extração de dentes era feita sem anestesia com a utilização dos chamados boticões. O único objetivo desses atendimentos é livrar os pacientes da dor causada por dentes acometidos por infecções ou lesões cariosas. Mas Tiradentes, que também estudava o uso medicinal das plantas, utilizava ervas para melhorar a cicatrização dos tecidos moles e as condições de recuperação dos pacientes. 

Além disso, depois das extrações, ele também procurava confeccionar coroas para substituição dos dentes perdidos. As peças eram feitas de forma rudimentar, esculpidas em ossos e amarradas com arames, e tinham o objetivo melhorar a função e estética da boca. Durante entrevista para a Revista Sorrisos Brasileiros, em reportagem publicada na edição número 4 no ano de 2022, o então diretor interino do Museu da Inconfidência, de Ouro Preto, Alex Sandro Calheiros de Moura, explicou que não há registros sobre os comentários de Tiradentes a respeito do ofício de dentista prático, mas ressaltou:  

“Um dos fatores de destaque é que ele tinha um modo pouco usual de exercer o ofício. Na época, se você tinha um problema dentário, a solução era arrancar o dente. Então percebemos a preocupação dele em fabricar próteses para substituir os dentes extraídos. Acredito que o que chama a atenção é justamente o fato de ele não ter sido uma pessoa que apenas arrancava dentes, como era comum, mas também se preocupava com o aspecto estético e funcional”, afirmou Moura. 

21 de abril 

O feriado nacional de 21 de abril, em homenagem a Tiradentes, foi oficialmente fixado pelo presidente Eurico Gaspar Dutra, por meio da lei federal 1.266 de 1950, e posteriormente mantido pela lei 10.607 de 2002. A data foi escolhida por ter sido o dia de morte do mártir da Inconfidência Mineira, enforcado e esquartejado em 1792. O primeiro curso de Odontologia do Brasil foi criado quase meio século depois, em 1840. Hoje, as estatísticas do CFO indicam que o país possui mais de 430 mil cirurgiões-dentistas registrados. 
 
*Informações remetidas pelo CFO. 

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