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Censo da Odontologia no Brasil: um retrato do acesso à saúde bucal no país

Estatísticas foram divulgadas na manhã desta quinta-feira, 23 de janeiro, na Arena CFO durante o CIOSP 2025; números indicam importância da ampliação do acesso aos atendimentos em Saúde Bucal no Brasil.

Os dados do Censo da Odontologia no Brasil foram divulgados nesta quinta-feira (23), na Arena CFO, durante o 42º Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (CIOSP). Realizado pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (ABIMO), o levantamento trouxe à tona um panorama atualizado da saúde bucal no país.

De acordo com o levantamento, realizado entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024, 68% dos brasileiros visitaram um cirurgião-dentista no último ano. Entretanto, apenas 23% desses atendimentos ocorreram por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), evidenciando desafios importantes na universalização do acesso à saúde bucal.

“Somos o país com o maior número de cirurgiões-dentistas no mundo, com mais de 426 mil profissionais inscritos no CFO. Ainda assim, temos milhões de brasileiros sem acesso adequado à saúde bucal. Essa incoerência precisa ser enfrentada, e os dados do Censo nos ajudam a planejar soluções e melhorar a qualidade de vida da população”, destacou o presidente do CFO, Claudio Miyake.

Principais descobertas
O Censo revelou importantes relações entre renda, escolaridade e acesso a serviços odontológicos. Entre os pacientes com ensino superior, 75% buscaram atendimento odontológico no último ano, enquanto essa porcentagem cai para 54% entre aqueles com escolaridade básica. A renda também se mostrou um fator determinante: 80% das pessoas que ganham mais de 10 salários mínimos frequentaram regularmente o dentista, comparado a apenas 59% das que recebem até um salário mínimo.

Entre os procedimentos realizados, a limpeza bucal liderou a lista, com 70% dos entrevistados afirmando ter feito. No entanto, apenas 39% buscaram serviços de obturação ou restauração dentária, reforçando a limitação de acesso a tratamentos mais complexos.

Procedimentos e demandas
O estudo também trouxe à tona o perfil dos procedimentos odontológicos realizados no Brasil. Tratamentos estéticos, como ortodontia, clareamento e lentes de contato dental, são realizados por 86% dos cirurgiões-dentistas entrevistados. Contudo, esses procedimentos, muitas vezes de alto custo, estão fora do alcance de grande parte da população.

“A odontologia brasileira é reconhecida mundialmente pela excelência, mas precisamos garantir que ela alcance as pessoas mais carentes. Muitas doenças começam pela boca e poderiam ser evitadas com a ampliação do acesso aos tratamentos”, reforçou o CEO da ABIMO, Paulo Henrique Fraccaro.

Perspectivas para o futuro
Os dados apresentados reforçam a necessidade de ações mais robustas para democratizar o acesso à saúde bucal. A parceria entre o CFO e a ABIMO busca exatamente esse objetivo: transformar os números em estratégias concretas para promover a inclusão e a prevenção em saúde odontológica.

O levantamento também serve como uma ferramenta essencial para gestores públicos e profissionais da área, auxiliando no planejamento e na formulação de políticas mais eficazes para o setor.

*Com informações do CFO.

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