O secretário de estado da Saúde, Aldo Baptista Neto, comprometeu-se hoje (15) com as demandas levadas pelo CRO-SC relacionadas à retificação da deliberação do Estado quanto ao atendimento odontológico aos pacientes com necessidades especiais e à proposição de lei estadual implantando odontologia hospitalar nas UTIs públicas e privadas de SC.
Participaram da reunião a presidente do Conselho, Sandra Silvestre; a presidente da Comissão de Odontologia Hospitalar do CRO-SC, Catherine Schmitz Espezim; as técnicas da área de Saúde Bucal da Diretoria de Atenção Primária à Saúde (DAPS), CDs Cheila Furrati e Isabela Karsten Marques; as coordenadoras do DAPS Larissa Marques e Csele Van de Sand e a procuradora jurídica do Conselho, Dulcianne Beckhauser Borchardt.
Sandra Silvestre e Catherine Espezim explicaram ao secretário a importância da adoção da odontologia hospitalar em Santa Catarina, a exemplo de outros estados, por ser esta uma medida que salva vidas e pode reduzir o tempo de internação em UTIS.
Respondendo ao questionamento do secretário, elas esclareceram sobre o grande risco das infecções com origem oral se transformarem em pneumonias, que é a principal complicação associada aos cuidados de saúde na UTI, ocorrendo em até 40% dos pacientes em ventilação mecânica, e pode ser prevenida com protocolos de higiene oral, remoção de focos infecciosos de origem odontológica entre outras medidas. “E com a covid-19 ficou ainda mais evidente a importância da presença do cirurgião-dentista para conter infecções que podem agravar o quadro clínico do paciente” lembrou Sandra Silvestre.
A visita fez parte da luta do CRO-SC pela implantação da odontologia hospitalar em Santa Catarina, sendo que já houve reunião com o governador Carlos Moisés, o ex-secretário adjunto da secretaria Estadual da Saúde Alexandre Lencina Fagundes, o secretário Executivo de Articulação Nacional Lucas Esmeraldino, o deputado estadual Kennedy Nunes para tratar do assunto. O Conselho também enviou ofício pedindo apoio a todos os deputados e, atendendo ao pedido do secretário, o CRO-SC reencaminhará toda a documentação sobre o tema, ainda novo para Aldo Baptista Neto, que tomou posse no cargo em maio deste ano.
PNE – Com relação à Deliberação 231/CIB/2021, no que se refere aos hospitais que realizam atenção odontológica a pacientes com necessidades especiais, as coordenadoras da DAPS explanaram ao secretário a importância do dentista possuir formação específica para prestar um atendimento com segurança, por ser este um manejo diferenciado e dentro de um centro cirúrgico.
“Quem está fazendo esse tipo de atendimento precisa ter conhecimento, daí a importância da deliberação ser alterada, não dizendo que o dentista preferencialmente deve ter conhecimento, mas sim, ele precisa obrigatoriamente ter conhecimento e o domínio”, reforçou Cheila Furrati.
Segundo as coordenadoras, inclusive pela exigência de um mínimo de 12 vagas mensais, houve pouca adesão de janeiro a março pelos hospitais, que não estão aderindo por falta de estrutura e não por falta de profissionais. Foi solicitado então que seja revista a deliberação de forma que retorne à versão anterior no que se refere à formação do cirurgião-dentista e na especificação dos atendimentos e então serem revistos os hospitais que não aderiram. Com isso, haveria mais segurança, tanto para o paciente, quanto para o dentista e para o gestor do hospital.
Sandra Silvestre afirmou ao secretário, que comprometeu-se a rever a situação, que foi excelente a iniciativa de propor esse perfil de atendimento dos PNEs dentro dos hospitais, mas que alguns setores primordiais para essa instalação não foram consultados para orientar o melhor direcionamento, faltando integração nos diversos setores para construir um documento adequado. Aldo Baptista Neto encerrou a reunião dizendo “eu me comprometo com o Conselho a encontrar uma maneira de voltar a trazer essas questões e casar esses dois pontos para dar melhor condução”.