A presidente do CRO-SC, Sandra Silvestre, reuniu-se na sexta-feira (10) com a secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto levando a reivindicação de apoio à proposição de lei estadual para implantação de odontologia hospitalar nas UTIs públicas e privadas de SC. A documentação entregue incluiu estudos recentes sobre o assunto, comprovando, inclusive, a redução de custos com pacientes internados por longos períodos e, ainda, a lista dos estados em todo o Brasil que já contam com essa importante lei. A secretária prometeu que vai ler todo o material e voltarão a conversar sobre o tema.
Participaram também da reunião a presidente do Conselho, Sandra Silvestre; a presidente da Comissão de Odontologia Hospitalar do CRO-SC, Catherine Schmitz Espezim; as técnicas da área de Saúde Bucal da Diretoria de Atenção Primária à Saúde (DAPS), CDs Cheila Furrati e Isabela Karsten Marques; e a Superintendente-Executiva do CRO-SC, Claudine Saldanha.
Sandra Silvestre e Catherine Espezim explicaram à secretária a importância da adoção da odontologia hospitalar em Santa Catarina, a exemplo de outros estados, por ser esta uma medida que salva vidas e pode reduzir o tempo de internação em UTIS.
Segundo Sandra Silvestre, é grande o risco das infecções com origem oral se transformarem em pneumonias, que é a principal complicação associada aos cuidados de saúde na UTI, ocorrendo em até 40% dos pacientes em ventilação mecânica, e pode ser prevenida com protocolos de higiene oral, remoção de focos infecciosos de origem odontológica entre outras medidas. “E com a Covid-19 ficou ainda mais evidente a importância da presença do cirurgião-dentista para conter infecções que podem agravar o quadro clínico do paciente” lembra ela.
A preocupação do CRO-SC vai ao encontro dos dados do relatório do Banco Mundial, de 2018. Países com desenvolvimento humano melhor apresentam taxa de contaminação por infecções hospitalares de 7%. No caso de países mais pobres, esse número sobe para mais de 10%. No Brasil, o índice de casos de infecção hospitalar é ainda maior, atinge 14% das internações.
A Odontologia Hospitalar, juntamente com a equipe de enfermagem, é responsável por elaborar e executar protocolos de higiene oral, específicos conforme necessidade de cada paciente. Mas, principalmente, realizar procedimentos de diagnósticos de lesões orais e tratamentos odontológicos, na alta complexidade em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Além de realizar capacitação e treinamento de higiene oral com a equipe de enfermagem (enfermeiros e técnicos de enfermagem). Em relação as Pneumonia Associada à Ventilação (PAV), a Odontologia Hospitalar é capaz de diagnosticar e tratar, por exemplo, pacientes em situação de intubação, sangramentos, ressecamento dos lábios e da mucosa oral, quadros de babação, traumas orais por mordedura e candidíase oral.
“É urgente que em nosso estado seja proposta lei que torne obrigatória a presença de profissionais de odontologia na equipe multiprofissional das unidades de terapia intensiva (UTIs), de clínicas e hospitais públicos ou privados em que existam pacientes internados”, afirma Sandra Regina Pereira Silvestre, presidente do CRO-SC, que enviou a todos os deputados catarinenses dados e estudos sobre o assunto, numa tentativa de sensibilizar o legislativo estadual sobre o tema.
Cheila Furrati e Isabela Karsten também entregaram à secretária o documento da Linha de Cuidado em Saude Bucal do estado de Santa Catarina e uma lembrança do Programa Saúde na escola (PSE) no qual a Isabela é a Referência estadual.